Introdução: Estudos prévios na América Latina demonstraram que a implementação efetiva de Programas para a gestão do uso de antimicrobianos (PROAs) foram úteis para melhorar os resultados assistenciais de uma maneira segura e custo-efe- tiva, reduzindo o impacto dos eventos adversos, das interações medicamentosas e o desenvolvimento da resistência vinculados ao uso destes. Objetivo: Identificar os fatores associados com o nível de desenvolvimento dos PROAs nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da América Latina. Métodos: Em janeiro de 2018, iniciou-se um estudo multicêntrico de 24 meses de duração, devidido em três períodos. Este estudo apresenta os dados obtidos a partir da autoavaliação basal, ou seja, do período pré-intervenção. Se utilizou um instrumento baseado em elementos centrais de um programa de gestão hospitalar de antimicrobianos (Core Elements of Hospital Antimicrobial Stewardship Programs, 2014) que permite reconhecer informa- ções sobre as estratégias que devem estar presentes nos PROAs. Um total de 74 indicadores foram agrupados em 33 pilares, 15 componentes e 4 seções. As autoavaliações foram medidas em uma escala de 0-100 pontos. Os resultados globais foram apresentados como médias ± desvio padrão e seus percentis (P) respectivos. Para identificar as variáveis associadas com o nível de desenvolvimento dos PROAs se conduziu uma análise uni- variada (Test t Student) para amostras independentes. Aquelas variáveis com um p<0,10 foram incluídas na análise de regressão linear múltipla. Resultados: Dos 93 centros convidados a parti- cipar, 84 (90%) aceitaram a inclusão, completando a capacitação on-line inicial 194 investigadores. A mediana do pontuação global alcançada na autoavaliação foi de 37,9 pontos (P10:18,5; P25:28,6; P75:54,9; P90:66,9). Na análise univariada o total de leitos hospitalares (≥110), o total de leitos em UTIs (≥15), a pre- sença de farmacêutico e de enfermeiro de controle de infecção e mais de 5 reuniões/ano das Comissões de controle de infecção e da farmácia se associaram significativamente com a pontuação global. Na análise multivariada somente o total de leitos de UTI (≥15) e as reuniões da Comissão da Farmácia se associaram significativamente (p=0,0013 e p=0,0032; respectivamente). Das quatro seções da autoavaliação o “sistema de monitoramento de prescrição” e o “uso e resistência dos antimicrobianos” foram os que demonstraram um maior nível de correlação com a pontuação global (R2 0,79; p<0,0001). Conclusões: O nível basal para o desenvolvimento dos PROAs nas instituições avaliadas esteve muito abaixo do nível desejável o que demonstra uma oportunidade para a implementação deste tipo de intervenção. A existência de uma comissão de farmácia com reuniões frequentes demonstra a importância na efetiva implementação deste programa.